Como planejar os lucros com os estoques


Muitas vezes, a forma de apreçar os estoques pode influenciar significativamente nos lucros da empresa: algumas vezes aumentando-o, outras vezes diminuindo-o. Por exemplo, se a empresa mudar o critério de custeio de FIFO para custo médio, o valor dos estoques é alte-rado completamente e, por consequência, o valor do custo dos produtos vendidos e o lucro da empresa. Este procedimento afeta, inclusive, o valor do imposto de renda e da contribu-ição social sobre lucros a serem pagos naquele período. É uma alteração, cujo benefício é transitório, uma vez que esse aumento ou diminuição de lucro é depois compensado ao lon-go do tempo.

Uma das formas de a empresa apreçar os seus estoques é com base no critério de custo mé-dio. Isto quer dizer que, a cada entrada de novo produto, o custo médio dos produtos em estoque é alterado para maís ou para menos, dependendo do valor da nova aquisição. Por exemplo, se a empresa comprar 10 carros por R$14.000,00 cada, terá um estoque total de R$140.000,00. Se vender três, a quantidade em estoque passa para 7 e o valor dos estoques passa para R$98.000,00. Agora, passo seguinte, se a empresa comprar mais 5 carros por R$18.000,00 cada, a quantidade em estoque passa para 12 e o valor total passa para R$188.000,00, ficando assim o custo médio de cada veículo em estoque em R$15.666,67. Se a empresa agora vender dois veículos, estes serão baixados pelo valor de R$15.666,67 cada, e ficará então em estoque 10 carros por R$156.666,67.

Agora vamos supor que a empresa adota um outro critério de valorizar os seus estoques, que é o FIFO, conhecido como “first in first out”, ou seja, o primeiro a entrar é o primeiro a sair. Assim, usando os mesmos números e informações do exemplo anterior, quando foram comprados 10 veículos e vendidos 3, ficando em estoque 7 por R$98.000,00, e depois sen-do comprados mais cinco, ficando o estoque em 12 veículos e passando o valor do estoque para R$188.000,00. Até agora, nenhuma mudança de fato ocorreu. Mas é a partir da nova baixa que o valor dos estoques começa a mudar. Assim, se a empresa vender as dois veícu-los, estes serão baixados pelo valor de R$14.000,00. A quantidade restante em estoque será a mesma (10 veículos), mas o valor do estoque será de R$160.000,00.

Comparando um critério com o outro, observa-se que, no caso do custo médio, apurou-se um lucro menor e, portanto, o valor dos impostos sobre lucros a serem pagos serão também menores. Neste caso, o lucro base para cálculo dos impostos será menor em R$3.333,33. O estoque foi diminuído e o lucro também. Todavia, esse efeito no resultado dependerá se o custo do novo estoque adquirido for maior ou menor do que o custo do valor dos itens exis-tentes em estoque. Concluindo, não é uma boa forma de criatividade para aumentar ou re-duzir lucros e impostos, para aumentar ou reduzir dividendos? Assim, fizemos a análise de um só item de estoque. Mas se considerarmos toda uma gama de estoques, esse efeito pode ser relevante.

Outra forma de aumentar ou diminuir os lucros de uma empresa industrial se refere com a maneira de apurar o custo de produzir os estoques. Existem algumas formas de custear o valor dos estoques produzidos e, dependendo da forma utilizada, o valor dos estoques será maior ou menor. Assim, por exemplo, se o sistema de custeio for o de absorção total, o valor dos estoques será maior, resultando em menor despesa alocada diretamente ao resul-tado. Caso inverso, o efeito será o contrário. Também, nessa mesma linha de raciocínio, se for alterada a base da forma de ratear as despesas indiretas de custo, o valor dos estoques também será alterado com o consequente efeito no resultado e nos impostos a pagar.

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Como planejar os lucros com os estoques


Muitas vezes, a forma de apreçar os estoques pode influenciar significativamente nos lucros da empresa: algumas vezes aumentando-o, outras vezes diminuindo-o. Por exemplo, se a empresa mudar o critério de custeio de FIFO para custo médio, o valor dos estoques é alte-rado completamente e, por consequência, o valor do custo dos produtos vendidos e o lucro da empresa. Este procedimento afeta, inclusive, o valor do imposto de renda e da contribu-ição social sobre lucros a serem pagos naquele período. É uma alteração, cujo benefício é transitório, uma vez que esse aumento ou diminuição de lucro é depois compensado ao lon-go do tempo.

Uma das formas de a empresa apreçar os seus estoques é com base no critério de custo mé-dio. Isto quer dizer que, a cada entrada de novo produto, o custo médio dos produtos em estoque é alterado para maís ou para menos, dependendo do valor da nova aquisição. Por exemplo, se a empresa comprar 10 carros por R$14.000,00 cada, terá um estoque total de R$140.000,00. Se vender três, a quantidade em estoque passa para 7 e o valor dos estoques passa para R$98.000,00. Agora, passo seguinte, se a empresa comprar mais 5 carros por R$18.000,00 cada, a quantidade em estoque passa para 12 e o valor total passa para R$188.000,00, ficando assim o custo médio de cada veículo em estoque em R$15.666,67. Se a empresa agora vender dois veículos, estes serão baixados pelo valor de R$15.666,67 cada, e ficará então em estoque 10 carros por R$156.666,67.

Agora vamos supor que a empresa adota um outro critério de valorizar os seus estoques, que é o FIFO, conhecido como “first in first out”, ou seja, o primeiro a entrar é o primeiro a sair. Assim, usando os mesmos números e informações do exemplo anterior, quando foram comprados 10 veículos e vendidos 3, ficando em estoque 7 por R$98.000,00, e depois sen-do comprados mais cinco, ficando o estoque em 12 veículos e passando o valor do estoque para R$188.000,00. Até agora, nenhuma mudança de fato ocorreu. Mas é a partir da nova baixa que o valor dos estoques começa a mudar. Assim, se a empresa vender as dois veícu-los, estes serão baixados pelo valor de R$14.000,00. A quantidade restante em estoque será a mesma (10 veículos), mas o valor do estoque será de R$160.000,00.

Comparando um critério com o outro, observa-se que, no caso do custo médio, apurou-se um lucro menor e, portanto, o valor dos impostos sobre lucros a serem pagos serão também menores. Neste caso, o lucro base para cálculo dos impostos será menor em R$3.333,33. O estoque foi diminuído e o lucro também. Todavia, esse efeito no resultado dependerá se o custo do novo estoque adquirido for maior ou menor do que o custo do valor dos itens exis-tentes em estoque. Concluindo, não é uma boa forma de criatividade para aumentar ou re-duzir lucros e impostos, para aumentar ou reduzir dividendos? Assim, fizemos a análise de um só item de estoque. Mas se considerarmos toda uma gama de estoques, esse efeito pode ser relevante.

Outra forma de aumentar ou diminuir os lucros de uma empresa industrial se refere com a maneira de apurar o custo de produzir os estoques. Existem algumas formas de custear o valor dos estoques produzidos e, dependendo da forma utilizada, o valor dos estoques será maior ou menor. Assim, por exemplo, se o sistema de custeio for o de absorção total, o valor dos estoques será maior, resultando em menor despesa alocada diretamente ao resul-tado. Caso inverso, o efeito será o contrário. Também, nessa mesma linha de raciocínio, se for alterada a base da forma de ratear as despesas indiretas de custo, o valor dos estoques também será alterado com o consequente efeito no resultado e nos impostos a pagar.

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